Na hora de comprar qual é a preferência dos Portugueses?
Comprar numa loja física não significa não comprar online, o que reforça a cada vez maior necessidade da parte dos retalhistas em apostar na coexistência e na complementaridade entre as lojas físicas e o comércio online.
Na 9.ª edição do relatório de e-commerce dos CTT, 35% das empresas portuguesas afirmam que obtêm pelo menos metade de suas receitas através de vendas online, incluindo plataformas, redes sociais, blogs e marketplace.
Este cenário é resultado de um crescimento impulsionado pelos efeitos profundos da pandemia de COVID-19 no setor do retalho, que acelerou a digitalização do comércio e a adoção de novas tecnologias.
O aumento do investimento em estratégias de marketing digital e em múltiplos canais de comunicação e a integração de tecnologias como a inteligência artificial (IA), permite uma maior personalização da experiência e eficiência de compra atendendo às expectativas crescentes de consumidores cada vez mais exigentes por soluções rápidas, convenientes e adaptadas às suas preferências,
Apesar de as lojas físicas continuarem a ser o principal motor do retalho com a preferência de 97% dos consumidores portugueses no processo de compra não só pela experiência sensorial que elas proporcionam, como pela possibilidade de adquirir imediatamente o produto, quase um em cada quatro (22%) compra online. avança o estudo ‘Hábitos de compra do ‘shopper’ português’, desenvolvido pela in-Store Media, em parceria com a Nielsen”.
Um terço dos portugueses (33%) gastou mais em compras online em 2024 face a 2023, e destes, um em cada três admite ter gastado bastante mais, de acordo com o estudo ‘Consumer Sentiment Survey 2024’, da Boston Consulting Group (BCG).
Em 2025 o Adyen Index: Retail Report 2025, revela que 32% dos consumidores portugueses já utiliza IA para fazer compras, o que representa um aumento de 47% face ao ano anterior.
Já o relatório da Censuswide num estudo realizado no período de fevereiro e março de 2025, conclui que a Geração Z lidera esta tendência, mas o maior crescimento registou-se entre os Baby Boomers (60-78 anos). O mesmo estudo revela ainda que 39% dos portugueses gostaria de comprar em múltiplos canais.
As categorias mais adquiridas online incluem viagens, roupas, acessórios, eletrónica e tecnologia, com uma crescente tendência de compras em segunda mão, que representam 38,2% dos consumidores online, refletindo uma crescente preocupação com sustentabilidade e com a economia circular.
Em resumo, embora o comércio físico em 2025 continue a dominar em preferência, especialmente no retalho alimentar, decoração e luxo, a tendência clara é o crescimento contínuo do comércio online cada vez mais competitivo e orientado pela inovação digital.
Essa dinâmica reflete um mercado em mudança, e a convergência entre os canais de venda física e comércio eletrónico, cada vez mais consolidado como o modelo de compras multicanal, fundamental para garantir o sucesso das marcas e principal aposta das empresas de retalho .
Em resumo, os hábitos de consumo dos portugueses estão a evoluir para um modelo mais híbrido, demonstrando uma maior transversalidade nas barreiras tradicionais de consumo relacionadas á idade, sexo, formação académica e capacidade económica dos consumidores, tornando o processo de compra mais inclusivo e diversificado.